Nova norma de ESG publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT orienta a gestão sustentável das organizações.
A Prática Recomendada PR 2030:2022 visa a facilitar sua aplicação por organizações de diferentes setores. São 140 páginas repletas de conceitos e informações organizadas em 7 seções e 2 anexos.
A prática se comunica com as outras normas ABNT ISO, especialmente a gestão ambiental 14000, responsabilidade social 16001 e gestão de riscos 31000, todas baseadas na filosofia consagrada do PDCA (Planejar, Executar, Checar e Agir).
Também está alinhada às práticas internacionais delineadas no GRI (Global Report Initiative), CDP (Carbon Disclosure Project) e PRI (Princípios para Investimento Responsável).
A ESG passa a ter diretrizes para adoção e implementação pelas organizações sustentáveis, considerando o tripé Ambiental, Social e Governança, as três letrinhas que compõem a sigla.
As mudanças climáticas estão entre os pontos chave da nova norma da ABNT. A lista dos 10 riscos mais severos em escala global inclui a perda de biodiversidade e crises econômicas e ambientais, até as guerras geoeconômicas.
A jornada ESG contempla impactos ambientais decorrentes de poluição, mudanças climáticas e perda de biodiversidade. Os aspectos sociais estão relacionados à saúde e segurança dos trabalhadores, direitos humanos e coletivos. A componente governança é associada à conduta dos gestores e aos mecanismos de controle da Administração (conselhos, ética, gestão de riscos, transparência).
Benefícios e critérios para implementar o ESG
Os benefícios são enfatizados considerando otimizar a gestão dos riscos, a conformidade regulatória para criação de vantagem competitiva, melhoria da gestão para atender as partes interessadas criando mais valor.
A norma explicita critérios subdivididos em temas para os 3 eixos (ambiental, social, governança), na escada de 7 degraus para implementar o ESG na organização:
1: Conhecer o caminho
2: Ter intenção e visão estratégica
3: Diagnosticar as práticas de sustentabilidade
4: Planejar o escopo do ESG para implementação
5: Implementar o ESG no modelo de gestão
6: Medir e monitorar tudo o que for implementado
7: Relatar e comunicar as partes interessadas
Estágios de maturidade e referências de apoio
Um tópico essencial é a avaliação dos 5 estágios de maturidade das organizações quanto aos critérios ESG, em ordem evolutiva: Elementar, Não Integrado, Gerencial, Estratégico e Transformador.
Há diversos documentos e critérios relevantes aos três eixos, detalhados na seção 7 da norma, e complementados por lista de verificação das normas técnicas ABNT e ISO aplicáveis no Anexo A.
O Anexo B trata a materialidade, vital para priorizar os impactos mais significantes no ESG, diagnosticar externalidades provocadas pela organização e estabelecer objetivos e metas de resposta.
Em síntese, a norma ABNT PR 2030:2022 é uma excelente ferramenta para evolução e gestão sustentável das organizações.
Autor: Rone Antônio de Azevedo, comentarista do GEDAF, especialista em gestão de riscos e finanças.